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  • Senado dos EUA aprova medida que bloqueia tarifas de Trump para o Brasil

    Cinco republicanos votaram com os democratas para colocar fim ao tarifaço contra produtos brasileiros WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos votou por 52 a 48 para aprovar uma medida que bloqueia as tarifas do presidente Donald Trump sobre o Brasil, com um punhado de republicanos se aliando aos democratas na reprovação de uma peça central da agenda econômica da Casa Branca. Cinco senadores republicanos votaram a favor da resolução: Lisa Murkowski, do Alasca; Susan Collins, do Maine; Rand Paul e Mitch McConnell, do Kentucky; e Thom Tillis, da Carolina do Norte. Todos os democratas votaram a favor. A resolução sobre o Brasil agora segue para a Câmara, onde os líderes republicanos endureceram as regras processuais para bloquear as votações em plenário sobre contestações tarifárias até março do ano que vem A medida, liderada pelo senador Tim Kaine, do Partido Democrata, encerraria a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros por Trump sob uma lei de poderes emergenciais. Ainda esta semana, espera-se que o Senado considere medidas semelhantes para bloquear as tarifas de 35% de Trump sobre produtos canadenses e suas tarifas de 10% a 50% sobre importações de outros países. A votação ocorreu após um tenso almoço a portas fechadas na tarde de terça-feira, 28, no qual o vice-presidente JD Vance enfrentou resistência de senadores republicanos em relação às novas propostas que o governo vem considerando para quadruplicar as importações de carne bovina argentina. Vance havia comparecido para pedir união em relação ao comércio e manter os senadores alinhados antes da votação sobre as tarifas, mas, em vez disso, enfrentou uma enxurrada de reclamações de legisladores de estados agrícolas que disseram que o plano já estava causando preocupação entre os produtores de gado em seus distritos. Muitos republicanos expressaram reservas sobre as tarifas de Trump, e a Suprema Corte deve ouvir em breve os argumentos sobre se Trump extrapolou seus poderes ao impor tarifas para o mundo todo. Paul, um dos coautores da medida sobre o Brasil, disse que Trump estava invadindo o poder do Congresso sobre a tributação ao reivindicar o "direito unilateral de cobrar impostos de importação" e afirmou que as tarifas do presidente estavam se baseando em uma "emergência fabricada". Em declarações à imprensa sobre seus colegas republicanos, ele disse: "É uma meta muito difícil de alcançar até que eles votem contra o presidente". ** Com AE **

  • Furacão Melissa chega em Cuba após deixar rastro de destruição na Jamaica

    Autoridades jamaicanas não têm dados oficial sobre vítimas do Melissa MIAMI - O furacão Melissa enfraqueceu para a categoria 3 pouco antes de atingir, nesta quarta-feira, 29, a costa leste de Cuba após deixar um lastro de destruição ao passar pela Jamaica na categoria 5 como a maior tempestade da história. De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o fenômeno se aproxima da província de Santiago de Cuba com ventos máximos sustentados de cerca de 205 km/h e rajadas ainda mais fortes. O Melissa deve manter a intensidade ao se deslocar por Cuba, pelas Bahamas e nas proximidades de Bermudas, indicou o último boletim. A passagem prolongada por terra enfraqueceu parte da força da tempestade, que foi rebaixado para categoria 4 quando começou a se afastar da costa norte da Jamaica, ainda na tarde de terça-feira. Antes de se enfraquecer, Melissa provocou dez mortes: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana. A extensão dos danos na Jamaica ainda não é conhecida, já que muitas áreas permanecem isoladas. O ministro Desmond McKenzie afirmou que a paróquia de St. Elizabeth está "submersa" e que o governo ainda não tem dados oficiais sobre mortes relacionadas à tempestade. Mais de 500 mil pessoas, cerca de um sexto da população, ficaram sem energia elétrica, e 15 mil buscavam abrigo em centros de emergência, segundo autoridades jamaicanas. ** Com Agências **

  • Imprensa internacional repercute operação policial no Rio: 'Pior dia de violência'

    Civis e policiais morreram na operação contra o tráfico em duas comunidades do Rio de Janeiro NOVA YORK - Vários veículos da imprensa internacional destacaram a megaoperação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, que matou pelo menos 64 pessoas, incluindo quatro policiais. O jornal britânico The Guardian disse que se trata do "pior dia de violência da história do Rio". "A operação policial realizada antes do amanhecer [de terça-feira (28/10)] — a mais sangrenta da história do Rio — desencadeou intensos tiroteios dentro e ao redor das favelas do Alemão e da Penha, que abrigam cerca de 300 mil pessoas", afirmou o jornal. O Guardian também afirmou que pela primeira vez o Comando Vermelho teria usado drones armados para lançar explosivos contra equipes das forças especiais. E destacou que o número de armas apreendidas sinaliza que o grupo está fortemente armado. "Mais de 80 pessoas foram presas e pelo menos 93 fuzis automáticos foram apreendidos. As armas são um sinal do poderoso arsenal que os traficantes de drogas do Rio acumularam desde que começaram a dominar as favelas no final da década de 1980", afirma a reportagem. O jornal britânico Financial Times também destacou a operação "mais letal da história da cidade" em uma reportagem. "A operação nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, evidencia o crescente problema do crime organizado no Brasil e em toda a região", afirma o texto. "A ação ocorreu dias antes de o Rio de Janeiro sediar eventos relacionados à COP30, a cúpula climática que acontecerá no porto amazônico de Belém no próximo mês." O jornal também destacou que "o aumento do consumo de cocaína na Europa e nos EUA impulsionou a expansão dos cartéis de narcotráfico sul-americanos, cujas conexões transnacionais alarmaram as autoridades". A reportagem também lembra que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, priorizou o combate ao fluxo de narcóticos da América Latina, com ataques a barcos no litoral do continente. "Autoridades do governo Trump informaram seus homólogos brasileiros no início deste ano que Washington estava considerando designar o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo como organizações terroristas", diz o Financial Times. O jornal americano The New York Times destacou a declaração do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, de que a operação foi contra "narcoterroristas". "A declaração do governador ecoou um termo que se tornou central na campanha contínua do presidente Trump contra o narcotráfico na América Latina", diz a reportagem do New York Times. "No Brasil, isso foi visto por alguns como uma tentativa de Castro, um aliado de extrema-direita do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de obter vantagens políticas com a questão do crime organizado, um importante tema de debate entre os conservadores." O jornal também lembrou que EUA e Brasil estão em um processo de negociação do tarifaço imposto pelo governo Trump, e que essas conversas são lideradas pelo secretário de Estado, Marco Rubio — a mesma autoridade americana encarregada de lidar com as operações contra traficantes na América Latina. O New York Times também destacou os amplos efeitos da operação no cotidiano da cidade. "A violência de terça-feira se espalhou para outras áreas da periferia operária do Rio; membros de gangues retaliaram usando ônibus para bloquear ruas. Universidades cancelaram aulas, empresas de ônibus retiraram suas frotas e importantes vias, incluindo uma que leva ao aeroporto internacional da cidade, foram fechadas", noticiou. O jornal espanhol El País destacou que a violência foi grande até mesmo para uma cidade que já está "acostumada à violência". "O Rio de Janeiro, destino turístico, antiga capital e lar de seis milhões de pessoas, é simultaneamente uma cidade de grande desigualdade e acostumada à violência, mas os níveis de força empregados na terça-feira foram extraordinários até mesmo para os moradores locais", escreveu o jornal espanhol. "O enorme contingente policial foi recebido com intenso tiroteio por membros do Comando Vermelho, que chegaram a lançar granadas de drones contra os policiais." O jornal afirma que "o derramamento de sangue no Rio ocorreu justamente quando o Brasil se prepara para sediar a COP30, a cúpula global sobre mudanças climáticas, que começa na próxima semana em Belém, na Amazônia, a mais de 3 mil quilômetros de distância". O El País também afirma em sua reportagem que "a polícia brasileira é considerada uma das mais letais do mundo". "Cerca de 10% das mortes violentas são atribuídas a policiais. A polícia do Rio, tanto municipal quanto estadual, destaca-se nacionalmente há anos por seu alto índice de mortalidade. O uso crescente de câmeras corporais tem contribuído para a redução de mortes em confrontos armados com criminosos", afirma a reportagem. ** Com BBC **

  • Governo Trump deporta 500 mil imigrantes

    Saldo é bem inferior ao estipulado pela administração republicana WASHINGTON - O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) anunciou nesta segunda-feira, 27, que deportou mais de meio milhão de imigrantes sem documentação desde o início do segundo mandato do presidente Donald Trump, em janeiro. Os dados incluem deportações realizadas por diversas agências, abrangendo também pessoas que foram barradas na fronteira ou em portos de entrada e que nunca chegaram a residir nos Estados Unidos. Internamente, autoridades do governo continuam frustradas com o ritmo das prisões e deportações de imigrantes, que ficam aquém da meta imposta pela Casa Branca de um milhão de deportações por ano. “Diante de um número histórico de liminares emitidas por juízes ativistas e de ameaças às forças de segurança, o DHS, o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) e a CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA) não apenas fecharam a fronteira, mas alcançaram avanços históricos para cumprir a promessa do presidente Trump de prender e deportar estrangeiros ilegais que invadiram nosso país”, disse a porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, em comunicado. O DHS também tem destacado repetidamente seus esforços para incentivar pessoas a deixarem o país voluntariamente — veiculando campanhas publicitárias multimilionárias e oferecendo incentivos financeiros. ** Com Agências **

  • Controladores de voo dos EUA buscam empregos secundários em meio a ‘shutdown’

    Falta de pessoal nos aeroportos causa atrasos e cancelamentos de voos WASHINGTON - A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) está com cerca de 3,5 mil controladores de tráfego aéreo abaixo dos níveis de pessoal desejados, com muitos já cumprindo horas extras obrigatórias e semanas de seis dias mesmo antes da paralisação. A escassez de pessoal durante a paralisação do governo, que já dura 28 dias, tem repetidamente prejudicado a indústria da aviação, com quase 7 mil voos atrasados na segunda-feira e 8,8 mil no domingo. Cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança de Transportes (TSA) precisam trabalhar sem pagamento após um impasse orçamentário entre republicanos e democratas no Congresso, que provocou a paralisação. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que os controladores estão conseguindo empregos como entregadores ou motoristas de Uber para conseguir se manter financeiramente. Daniels disse que a falta de pagamento é uma distração perigosa e que “a cada dia que essa paralisação se arrasta, o sistema se torna menos seguro.” Em 2019, durante uma paralisação de 35 dias, durante o primeiro mandato de Donald Trump, o número de ausências de controladores e agentes da TSA aumentou à medida que os trabalhadores não recebiam salários, estendendo os tempos de espera em alguns pontos de verificação dos aeroportos. As autoridades foram obrigadas a reduzir o tráfego aéreo em Nova York e Washington. ** Com Reuters **

  • Confiança do consumidor dos EUA cai em outubro com temores sobre emprego

    Comerciantes recorrem a promoções para alavancar vendas WASHINGTON - A confiança do consumidor dos Estados Unidos diminuiu em outubro em meio às preocupações das famílias com a disponibilidade de empregos nos próximos seis meses e com a persistência de preços mais altos devido às tarifas sobre as importações. O Conference Board informou nesta terça-feira, 28, que seu índice de confiança do consumidor caiu para 94,6 neste mês, em comparação com 95,6 em setembro em dado revisado para cima. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice cairia para 93,2, em comparação com 94,2 registrados inicialmente em setembro. "Os consumidores estavam um pouco mais pessimistas em relação à disponibilidade futura de empregos e às condições futuras dos negócios, enquanto o otimismo em relação à renda futura recuou ligeiramente", disse Stephanie Guichard, economista sênior de indicadores globais do Conference Board. ** Com Reuters **

  • Kamala Harris diz que pode concorrer à presidência dos EUA de novo

    Kamala Harris mostrou-se rápida, até mesmo ansiosa, em se colocar no cenário para outra tentativa de poder WASHINGTON - A ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse que pode concorrer de novo à Casa Branca em sua primeira entrevista no Reino Unido neste fim de semana. Harris admitiu à BBC que "possivelmente" será presidente um dia e está confiante de que haverá uma mulher na presidência dos EUA no futuro. Ao dar a indicação mais forte até o momento de que tentará a presidência em 2028, após perder para Donald Trump no ano passado, Harris desmentiu as pesquisas que a colocam atrás na corrida para se tornar a escolha dos democratas para a próxima eleição. Em entrevista à jornalista Laura Kuenssberg, Harris também voltou sua atenção para seu antigo rival, ao rotular Trump de "tirano" e dizer que os alertas que fez sobre ele durante a campanha eleitoral se provaram corretos. Enquanto o Partido Democrata busca respostas sobre a vitória do republicano Donald Trump há um ano, grande parte da culpa tem sido atribuída ao ex-presidente Joe Biden, por não ter renunciado à candidatura antes. Mas também surgiram dúvidas sobre se Harris poderia ter conduzido uma campanha melhor e transmitido uma mensagem mais clara sobre a questão mais importante: a economia. Ao responder sobre as probabilidades que a colocam como uma azarona para conquistar uma vaga na chapa democrata — atrás até do ator de Hollywood Dwayne "The Rock" Johnson — ela disse que nunca deu atenção às pesquisas. "Se eu ouvisse as pesquisas, não teria me candidatado ao meu primeiro ou segundo cargos — e certamente não estaria aqui." Harris também disse acreditar que as previsões que fez sobre Donald Trump se comportar como fascista e comandar um governo autoritário se concretizaram. "Ele disse que usaria o Departamento de Justiça como arma — e fez exatamente isso." Ela destacou a suspensão do comediante Jimmy Kimmel pela ABC após ele fazer uma piada sobre a reação republicana à morte do influenciador de direita Charlie Kirk. "Veja o que aconteceu em termos de como ele usou como arma, por exemplo, agências federais que perseguem satiristas políticos... Sua pele é tão sensível que ele não suportaria críticas de uma piada e tentou fechar uma organização de mídia inteira no processo", observou Harris Em tempo: A suspensão de Kimmel, comemorada por Trump, ocorreu depois que o órgão regulador nomeado por Trump ameaçou as emissoras que transmitiam o programa do comediante. Harris também criticou duramente líderes empresariais e instituições americanas que, na opinião dela, se curvaram com muita facilidade às exigências do atual presidente. "Há muitos que capitularam desde o primeiro dia, que estão se ajoelhando diante de um tirano, acredito que por muitas razões, incluindo o desejo de estar ao lado do poder, talvez porque queiram aprovar uma fusão ou evitar uma investigação." A Casa Branca foi indiferente quando questionada sobre os comentários de Harris sobre Trump. "Quando Kamala Harris perdeu a eleição por uma margem avassaladora, ela deveria ter entendido a indireta: o povo americano não se importa com suas mentiras absurdas", disse a porta-voz Abigail Jackson. "Ou talvez ela tenha entendido a indireta e seja por isso que continua a expor suas queixas a publicações estrangeiras." Harris acaba de publicar o relato de sua campanha atribulada no livro 107 Days ("107 Dias", em tradução livre) , cujo título remete ao tempo que lhe restava para concorrer à presidência após a desistência de Biden, após meses de especulação sobre a saúde mental do então presidente. A BBC perguntou diversas vezes se Harris deveria ter insistido para que Biden desistisse antes, para que ela pudesse assumir a candidatura democrata com mais tempo. A reportagem também questionou o quanto ela realmente sabia sobre a saúde de Biden. Outra pergunta importante: ela seria presidente agora, se Biden tivesse desistido antes? Para todos os questionamentos, as respostas de Harris refletiram a imprevisibilidade: um grande "se" que poderia ter mudado o destino dos EUA. Entre os democratas em busca de autoanálise, a candidatura de Harris é frequentemente menosprezada, e suas fraquezas como líder são apontadas como os motivos da derrota — e não apenas a natureza de última hora da decisão de Biden. Quando questionada sobre o que deu errado, em vez de mergulhar em uma análise profunda, Harris alega que começou a campanha tão tarde que era quase impossível vencer. Mas, como uma ex-promotora da Califórnia, a possibilidade de poder é algo que ela não está disposta a deixar para trás. Insinuações anteriores sobre a futura ambição presidencial pareciam tímidas, evasivas — "talvez sim, talvez não" ou "não estou me concentrando nisso agora" foram respostas que ela havia dado até então. Durante a entrevista à BBC, Harris mostrou-se rápida, até mesmo ansiosa, em se colocar no cenário para outra tentativa de poder. Mas ela não chegou a assumir qualquer compromisso concreto. Isso pode ser surpreendente, dada a natureza profundamente dolorosa de uma derrota que ela descreveu como traumatizante. Ela e sua equipe ficaram devastadas com a derrota, que foi encarada como uma surpresa. Quando o resultado da derrota foi confirmado, Harris relata que só conseguia repetir: "Meu Deus, meu Deus, o que vai acontecer com o nosso país?" A tentativa de Harris em explicar a derrota se concentra em quão estreita foi a diferença de votos reais entre ela e Trump. O voto popular foi, de fato, muito apertado, com uma diferença abaixo de 2%. No entanto, Harris foi derrotada por Trump no importantíssimo colégio eleitoral, onde cada Estado tem um certo número de votos que se somam. Harris também estava disposta a dar dicas contundentes sobre o próprio futuro dela. Mas há menos disposição da ex-vice-presidente, ou de qualquer outro democrata sênior, em lidar com os dilemas de longo prazo do partido. Quando questionada sobre por que sua campanha não se conectou melhor com os trabalhadores, Harris disse que precisava de mais tempo para isso e apontou para um antigo afastamento desse grupo do partido. Ela lamenta não ter tido tempo suficiente em 2024 para apresentar sua própria proposta sobre questões básicas como moradia ou assistência à infância. Mas se tiver mais tempo numa próxima ocasião, ela está longe de garantir que seus argumentos seriam mais convincentes ou bem recebidos. Kamala Harris ainda viaja com os adereços de uma comitiva. Assessores observam ansiosamente o relógio enquanto cada minuto dela é planejado com precisão militar.Viagens ininterruptas, eventos coreografados em diferentes capitais, um pequeno número de entrevistas para a TV cuidadosamente planejadas. Desta vez, Harris está a caminho de uma turnê de divulgação de um livro, não de uma corrida presidencial. Mas talvez, se ela conseguir o que quer, este seja o início de outra campanha, afinal. ** Com BBC **

  • Trump deseja feliz aniversário a Lula e adota cautela sobre possível acordo com Brasil

    Acordo comercial entre EUA e Brasil ainda depende de negociação WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desejou feliz aniversário ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que faz 80 anos nesta segunda-feira, 27, enquanto falava sobre a chance de ser feito um acordo pela redução das tarifas do Brasil. O republicano não antecipou se será possível fazer um acerto, mas voltou a elogiar a reunião que teve com o petista na Malásia e o chamou de "vigoroso". "Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver —agora eles estão pagando acho que 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião", disse Trump, durante entrevista a jornalistas a bordo do seu avião presidencial a caminho do Japão, onde tem encontro com o imperador. "E feliz aniversário. Quero desejar um feliz aniversário ao presidente, certo? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante, mas hoje é o aniversário dele, então feliz aniversário", completou o presidente americano, fez 79 anos em junho. Reunião Os dois líderes tiveram uma reunião de cerca de 45 minutos no domingo (26), à margem da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). Depois do encontro, a Casa Branca publicou uma foto de ambos com a legenda "é uma grande honra estar com o presidente do Brasil". A foto e o gesto são inflexões em relação ao tom agressivo usado pelos EUA ao mencionar o Brasil neste ano. Lula contou que, no encontro, pediu que Trump pause as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros, assim como suspenda as punições implementadas contra autoridades. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), recebeu uma sanção financeira pela Lei Magnistky, e outros magistrados e integrantes da corte perderam o visto ao país. As medidas foram impostas sob a justificativa dos EUA de que o STF tomou decisões que censuram cidadãos americanos e porque avaliam haver uma perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista a jornalistas nesta segunda no horário da Malásia, Lula afirmou que está convencido de que nos próximos dias o Brasil terá uma solução em relação às tarifas impostas por Trump. O petista disse ainda que o encontro serviu para esclarecer equívocos. "Ele garantiu que vai ter acordo", declarou, referindo-se a Trump. O presidente também afirmou que Bolsonaro é passado na política brasileira. "E eu ainda disse para ele: com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber que o Bolsonaro era nada, praticamente. Era porque eu não converso em tom pessoal, eu converso em tom político, de interesse do meu país", afirmou. O brasileiro ainda adicionou "rei morto, rei posto". "Eu disse pra ele que o julgamento foi um julgamento muito sério, com provas muito contundentes, nenhuma prova da oposição. A prova é tudo de relato das pessoas que estão sendo julgadas", declarou Lula aos jornalistas da imprensa brasileira e internacional. **Com Ag. Folha**

  • Juiz mantém brasileiro de 13 anos preso na Virgínia

    Arthur volta à Corte em 5 de novembro e defesa estuda pedir a deportação voluntária EVERETT – Durante audiência na quarta-feira, 22, um juiz de imigração decidiu manter o brasileiro Arthur, de 13 anos, preso em um centro de detenção na Virgínia, a 800 km da família que mora em Everett, Massachusets, onde ele foi detido há mais de duas semanas pela polícia local. Em Corte, o menor pediu desculpas mas não conseguiu a liberdade. O advogado do brasileiro, Andrew Lattarulo, apresentou uma linha de defesa que não foi atendida. "a decisão já havia sido tomada", disse ele em entrevista. Arthur está em processo de asilo com a família, usufruindo de uma autorização para estar nos EUA provisoriamente. Segundo informações do ICE, eles entraram no país por San Luis, Arizona, no dia 24 de setembro de 2021, quando o jovem tinha 9 anos. O menino volta à Corte em 5 de novembro e a defesa não confirmou se vai pedir a deportação voluntária ou dar continuidade a um processo que vai manter o adolescente preso por tempo indeterminado. O Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos alegou que Artur é membro da gangue 33, uma organização criminosa brasileira em Everett. Um porta-voz do DHS disse que o jovem de 13 anos tem um longo histórico criminal, incluindo 11 queixas policiais anteriores sobre furtos "flash mob" em loja, consumo de álcool por menores de idade, arrombamentos, vandalismo, furto e brigas. "Por mais problemático que pareça, crianças se metem em encrencas. Talvez ele tenha feito algumas coisas tolas, mas não deveria ter que pagar com a vida por isso", defende Lattarulo. "No fim das contas, é sobre uma criança de 13 anos que estamos falando." A polícia da cidade não comenta nem divulga informações sobre Arthur. O prefeito Carlo de Maria também diz que não pode dar detalhes mas descreveu o brasileiro como um “menino problema”. O Boletim de Ocorrência da Polícia de Everett de 9 de outubro, divulgado pelo DHS, afirma que Arthur mostrou uma arma para uma colega e teria dito que a usaria para matar outro aluno. Os policiais foram acionados e prenderam o brasileiro no ponto de ônibus com uma faca, mas não encontraram arma de fogo. Tanto o chefe de polícia, Paul Strong, quanto o prefeito negam ter ajudado ao ICE e afirmam que a agência federal foi até a delegacia após as informações e impressões digitais de Arhtur serem inseridas no sistema. Já o ICE afirma que foi acionado pela polícia local. Transferência Relâmpago O prefeito e o delegado não souberam explicar porque a mãe de Arthur, Josiele Berto, só foi avisada que o filho estava sob a custódia do ICE após o menino deixar a delegacia. Ela foi chamada para buscar o filho, fator que coloca em xeque a gravidade das acusações uma vez que o adolescente seria liberado - mas esperou no local por mais de uma hora e meia até ser notificada que os agentes federais haviam levado o estudante da Albert N. Parlin School. Na manhã seguinte ele foi transferido para a Virgínia. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste material sem a autorização da MANCHETE USA. Todos os textos estão protegidos por copyright. Reproduções autorizadas devem conter crédito de AUTORIA para MANCHETE USA ( mancheteusa.com )

  • Governador da Califórnia considera se candidatar à Presidência dos EUA em 2028

    Newsom tem sido o grande opositor do governo Trump LOS ANGELES - O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, disse em uma entrevista transmitida neste domingo, 26, que considera concorrer à presidência dos Estados Unidos em 2028 e deve se decidir após as eleições de meio de mandato, em novembro de 2026. Newsom fez alguns movimentos este ano para testar o terreno para uma possível candidatura presidencial e ganhou destaque dentro de seu partido ao confrontar o presidente republicano Donald Trump em uma série de questões, entre elas a decisão do presidente de enviar tropas da Guarda Nacional a Los Angeles. "Estou ansioso para ver quem se apresentará em 2028 e quem participará desse momento", disse Newsom no programa Sunday Morning, da CBS News. Quando questionado se estava considerando uma candidatura à Casa Branca, Newsom disse: "Sim, eu estaria mentindo se dissesse o contrário." Newsom tem impulsionado a Califórnia na linha de frente dos esforços democratas para redesenhar os mapas de distritos eleitorais para contrabalançar esforços semelhantes aos de estados liderados por republicanos. Os dois partidos lutam pelo controle da Câmara dos EUA nas eleições de 2026. Também neste fim de semana, a ex-vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris disse à BBC que pode concorrer de novo à Casa Branca. Kamala disse que possivelmente será presidente um dia e está confiante de que haverá uma mulher na Presidência do país no futuro. Ela chamou Trump de tirano e disse que os alertas que fez sobre ele durante a campanha eleitoral se provaram corretos. ** Com Reuters**

  • Trump diz que não concorrerá à Vice-Presidência dos EUA

    Trump disse que poderia usar esse recurso, mas admitiu que as pessoas não iriam gostar WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou nesta segunda-feira, 27, a possibilidade de concorrer à Vice-Presidência nas eleições de 2028, uma abordagem que alguns de seus partidários têm proposto para permitir que o presidente republicano cumpra mais um mandato. "Eu teria permissão para fazer isso", disse Trump, em uma conversa com repórteres a bordo do avião presidencial Força Aérea Um. Mas ele acrescentou: "Eu não faria isso. Acho que é muito esperto. Sim, eu descartaria essa possibilidade, porque é muito esperta. Acho que as pessoas não gostariam disso. É muito esperto. Não é - não seria certo". Os comentários foram os mais recentes de Trump sobre o assunto, que ele tem provocado em declarações públicas e com bonés "Trump 2028" que ele distribui na Casa Branca. Ninguém pode ser eleito para a Presidência dos EUA uma terceira vez, de acordo com a 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Alguns sugeriram que uma maneira de contornar essa proibição seria Trump se candidatar como vice-presidente, enquanto outro candidato se candidataria à Presidência e renunciaria, permitindo que Trump assumisse novamente. Os oponentes contestaram se isso seria legal. Referindo-se à possibilidade de um terceiro mandato, Trump disse: "Eu adoraria fazer isso. Tenho meus melhores números de todos os tempos". Quando pressionado por um repórter se não estava descartando um terceiro mandato, ele disse: "Não estou descartando? Quero dizer, você terá que me dizer". Referindo-se ao vice-presidente, JD Vance, e ao secretário de Estado, Marco Rubio, Trump também disse que eles são ótimas pessoas que poderiam concorrer ao cargo. "Acho que se eles formassem um grupo, seria imparável", disse ele. "Eu realmente acredito. Acredito nisso." ** Com Reuters **

  • Lula diz que reunião com Trump foi 'ótima' e abriu negociação 'imediata' de tarifaço e sanções

    Trump afirmou que sua equipe está pronta para entrar em um acordo com o Brasil (FotoL PR Presidência) WASHINGTON/ BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste domingo, 26, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, para dar início às negociações em relação às tarifas e sanções contra o Brasil. Em postagem no Twitter, Lula disse que a reunião foi "ótima" e acrescentou que as negociações continuam "imediatamente" para buscar soluções para a tarifa de 50% às importações brasileiras e também para sanções contra autoridades impostas por Trump citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Foi o primeiro encontro formal entre os dois, que mantinham relação distante desde o início do governo Trump. A situação se agravou em julho, quando Washington anunciou o tarifaço contra o Brasil. Mas o diálogo melhorou a partir de setembro, quando ambos tiveram breve contato durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o que abriu as negociações para o encontro bilateral. Nas primeiras declarações após o encontro, o chanceler brasileiro Mauro Vieira detalhou que as conversas continuariam ainda neste domingo entre as duas equipes para uma possível suspensão da tarifa de 50%. No entanto, houve apenas uma ligação entre ele e o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, em que foi marcada uma reunião de negociação para às 8h de segunda-feira, no horário da Malásia (18h de domingo no horário de Nova York). "Os dois presidentes tiveram uma conversa muito descontraída, alegre até", disse Vieira a jornalistas. "O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil e tendo se recuperado, provado a sua inocência e voltado a se apresentar e vitoriosament conquistado o seu terceiro mandato", seguiu Vieira. O chanceler afirmou ainda esperar que "em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil." Numa rápida conversa com jornalistas antes do início da reunião, Trump disse ser "uma honra estar com o presidente do Brasil". "Acredito que seremos capazes de fazer ótimos acordos para os dois países", disse ele. Já Lula, também nessa conversa prévia, havia prometido "boas notícias" após a reunião. "O Brasil tem todo o interesse de ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos, não há nenhuma razão para qualquer desavença entre os dois países", disse ele. "Na hora em que dois presidentes se sentam e cada um coloca o seu ponto de vista, os seus problemas, a tendência é encaminhar um acordo", complementou Lula. O presidente do Brasil ainda disse que tinha uma longa pauta de assuntos que gostaria de discutir com Trump. O presidente dos EUA afirmou que ele e Lula "chegarão a uma conclusão rapidamente". Ao ser questionado sobre se a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria assunto da reunião, Trump não confirmou nem descartou essa possibilidade. "Eu sempre gostei do Bolsonaro. Me senti mal com o que aconteceu com ele. Ele está passando por muita coisa", comentou ele. Depois do encontro, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa, disse que a questão de Bolsonaro não foi discutida diretamente e que Trump não mencionou o aliado na conversa. Disse, no entanto, que Lula abordou as sanções contra autoridades brasileiras. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair e um dos articuladores do tarifaço e das sanções, comemorou no X o fato de Trump ter mencionado Bolsonaro na conversa prévia, o que teria deixado Lula "claramente incomodado" em sua visão. "Imagine o que foi tratado a portas fechadas?", escreveu. Lula se oferece como 'interlocutor' com Venezuela Segundo o chanceler Mauro Vieira, Lula também se ofereceu para ser um "interlocutor" entre EUA e Venezuela, em meio à pressão do governo Trump no Caribe e sobre o governo de Nicolás Maduro. A Casa Branca enviou ao Caribe força militar inédita e já atacou ao menos dez embarcações que afirma serem de narcotraficantes. Trump ja disse também que autorizou a CIA, a agência de inteligência dos EUA, a atuar contra Maduro. "O presidente Lula levantou o tema e disse que a América Latina e a América do Sul, onde estamos, é uma região de paz. E ele se prontificou a ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países", disse Vieira. Lula e Maduro estão distanciados desde que o brasileiro não reconheceu formalmente a mais recente reeleição do herdeiro de Hugo Chávez, vista por atores da região e observadores como não legítima. A reunião entre Trump e Lula acontece durante a participação dos dois líderes na 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Articulação com cautela Até as últimas horas, nem Brasília nem a Casa Branca haviam confirmado oficialmente a reunião, embora os líderes tivessem deixado a agenda livre antes do jantar oferecido pelo primeiro-ministro da Malásia. O encontro foi articulado ao longo de semanas por assessores dos dois governos, desde o breve cumprimento entre Lula e Trump em setembro. Na ocasião, o americano afirmou que houve "química excelente" com o brasileiro e indicou estar disposto a fazer uma reunião bilateral. Nesta sexta-feira (24), Lula afirmou a jornalistas em Jacarta, na Indonésia, que não haveria "assunto proibido" no encontro. "Tenho todo interesse nessa reunião. Quero mostrar que houve equívoco nas taxações, mostrar com números", disse o presidente brasileiro. "Se eu não acreditasse que é possível chegar a acordo, eu não faria reunião." Trump também comentou sobre a possibilidade de reunir-se com Lula durante a viagem para a Malásia. Ao conversar com repórteres, quando o presidente americano foi perguntado se estaria aberto a rever e reduzir as tarifas sobre o Brasil, Trump respondeu: "Sim, diante das circunstâncias certas." O principal objetivo do encontro era tentar destravar o impasse comercial e reduzir as tensões criadas pelas sobretaxas impostas por Washington. Em setembro, Lula disse que esperava que a conversa fosse entre "dois seres humanos civilizados", quando perguntado se temia constrangimentos como o que ocorreu no tenso encontro em Washington de Trump com o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, em fevereiro. Nesta segunda (27), Lula faz 80 anos. Trump completou 79 anos em junho. A semelhança nas idades foi usada pelo brasileiro para quebrar gelo no encontro. A viagem de Lula para o Sudeste Asiático, com passagem pela Indonésia e Malásia, faz parte de uma estratégia brasileira de diversificação de rotas comerciais, em busca de caminhos alternativos diante da deterioração nas relações com Washington. A delegação brasileira inclui ministros de áreas estratégicas, como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Também acompanham Lula o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Do tarifaço ao encontro na Malásia Em julho, os Estados Unidos anunciaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, atingindo especialmente exportações agrícolas e de carne bovina. Na época, o governo Trump deixou claro diversas vezes que essas punições tinham natureza política. Além das tarifas, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) abriu uma investigação contra o Brasil, acusando o país de adotar "práticas comerciais desleais". A Casa Branca também impôs restrições de visto a autoridades brasileiras e sanções financeiras ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e à mulher dele, Viviane Barci de Moraes. As medidas foram tomadas em meio julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por incitar ataques às instituições brasileiras. O governo brasileiro classificou as sanções como um ataque à soberania nacional e uma tentativa de interferir na independência do Judiciário. As sanções tiveram como pano de fundo a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente brasileiro. O deputado se mudou para os Estados Unidos no início do ano e iniciou articulações junto à Casa Branca para buscar medidas contra o Brasil que pudessem pressionar pela absolvição e pela anistia do pai. Em setembro, no entanto, Lula e Trump se cruzaram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mantendo contato próximo desde então. No dia 6 de outubro, os líderes fizeram uma videoconferência de aproximadamente 30 minutos. Na conversa, Lula pediu a Trump a retirada da tarifa imposta aos produtos brasileiros e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras. Na ocasião, Trump não teria respondido diretamente ao pedido de Lula para a retirada das tarifas e das sanções econômicas e de vistos. O presidente americano teria se limitado a dizer que o tema seria conduzido pelas equipes técnicas dos dois países. Já em 16 de outubro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se reuniram por uma hora na Casa Branca, em Washington. Em uma breve declaração à imprensa, o chanceler brasileiro disse que encontro foi "muito produtivo, num clima excelente de descontração e de troca de ideias e posições de uma forma muito clara e muito objetiva". Segundo Vieira, houve "muita disposição para trabalhar em conjunto para traçar uma agenda bilateral de encontros para tratar de temas específicos de comércio". Pelo lado americano, Rubio e o representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer, disseram em um comunicado conjunto que tiveram com o ministro brasileiro "conversas muito positivas sobre comércio e as questões bilaterais em curso". Segundo a nota, os três "concordaram em colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes no futuro imediato e estabelecer um plano de ação". Mesmo com os esforços do encontro para tentar selar a paz, os dois líderes também deram sinais de que não pretendiam recuar de suas posições durante a semana que antecedeu o encontro. Na quarta-feira (22), Trump afirmou que os pecuaristas americanos "estão indo bem" graças à tarifa imposta sobre o gado de outros países, como o Brasil. "Os pecuaristas, que eu adoro, não percebem que a única razão pela qual estão indo tão bem — pela primeira vez em décadas — é porque impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil", escreveu em sua rede social. O republicano acrescentou que, se não fosse por ele, os criadores de gado americanos "estariam na mesma situação dos últimos 20 anos", que classificou como "péssima". Já Lula, na quinta (23/10), voltou a defender alternativas ao dólar no comércio global. Durante a visita que faz à Indonésia, o presidente afirmou que tanto o Pix quanto o sistema de pagamentos indonésio têm potencial para facilitar o intercâmbio entre os dois países e entre os membros do Brics. "O século 21 exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século 20", disse Lula, ao defender "uma nova forma de agir comercialmente, para não ficarmos dependentes de ninguém", sem citar diretamente os EUA. A defesa de moedas alternativas à americana, reforçada pelo Brasil durante a cúpula dos Brics em julho, foi apontada por Trump como um dos motivos para a imposição das tarifas às exportações brasileiras. Por que reunião entre os líderes importa Do ponto de vista brasileiro, as tarifas foram percebidas como arbitrariedade, já que os EUA acumulam superávit em sua balança comercial com o Brasil. Em diversas declarações, Lula questionou a lógica das medidas, alegando que "a tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação em nenhuma verdade", e prometeu apresentar argumentos nessa linha durante o encontro. As tarifas, que entraram em vigor em 6 de agosto, afetam diretamente setores estratégicos — especialmente exportadores agrícolas e pecuaristas. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) reforçou que, mesmo com a isenção a uma série de produtos, ainda há um impacto expressivo sobre setores estratégicos da economia brasileira. Em agosto, o governo Lula anunciou um pacote de medidas para mitigar o impacto econômico do tarifaço. As ações incluem linhas de crédito subsidiadas, adiamento da cobrança de impostos e compras governamentais de alimentos dos setores impactados. Do lado americano, a taxação pode inibir a importação de produtos do Brasil, levando os EUA a tentar aumentar a produção interna, a buscar mercados substitutos ou, caso essas duas alternativas não sejam bem-sucedidas, a reduzir a oferta interna desses itens. Nesse último cenário, se não houver redução da demanda, a menor oferta pode ter como consequência aumento de preços. Essa estratégia é arriscada no caso de alguns produtos, como café, já que os EUA não têm as condições climáticas adequadas para produção em larga escala como o Brasil. Além do comércio e sanções, a regulação das big techs e da mineração de terras raras, são dois pontos centrais para os americanos. O acesso ao mercado de etanol no Brasil é outra prioridade. ** Com BBC **

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