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Acordo EUA-China pode ser assinado na próxima semana e inclui compra de 12 milhões de toneladas de soja


Presidentes dos EUA e da China tiveram reunião positiva, mas países ainda não assinaram acordo
Presidentes dos EUA e da China tiveram reunião positiva, mas países ainda não assinaram acordo

WASHINGTON - Horas após o encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o líder chinês Xi Jinping, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent afirmou em entrevista à Fox Business Network esperar que a assinatura do acordo entre os dois países aconteça “já na próxima semana”. Ele também anunciou que Pequim concordou em comprar 12 milhões de toneladas de soja ainda neste ano e novos volumes do grão nos próximos anos.


" O acordo de Kuala Lumpur foi concluído no meio da noite de ontem, então espero que possamos trocar assinaturas já na próxima semana", disse Bessent à Fox, referindo-se à estrutura de acordo que havia sido esboçada pelas delegações chinesa e americana na Malásia.


Ontem, Trump e Xi se reuniram em Busan, na Coreia do Sul e debateram diferentes assuntos tratados nessa estrutura de acordo. Trump saiu da reunião dizendo que os dois líderes haviam chegado a um consenso sobre diversos pontos, incluindo terras-raras, tarifas, fentanil e soja.


No caso da soja a China se comprometeu a adquirir um mínimo de 25 milhões de toneladas anuais nos próximos três anos, segundo Bessent, além da quantidade acertada para este ano.


O anúncio traz alívio aos agricultores americanos, que aguardavam ansiosamente a retomada das exportações para o país asiático. A China é uma das maiores compradoras de soja dos EUA. Em setembro, em retaliação às medidas protecionistas adotadas pelo governo Trump, Pequim não fez uma encomenda sequer do grão.


Após as declarações de Bessent, o cotação da soja em contratos futuros anulpou as perdas iniciais e e passou a subir 1,7%, a US$ 10,9875 por bushel, unidade de medida de usada nos EUA para produtos agrícolas, às 7h13 em Chicago.


Trump havia dito mais cedo que a China compraria uma quantidade “tremenda” de soja americana, após a reunião para avançar em um amplo acordo comercial com o líder chinês Xi Jinping. O republicano afirmou que as compras começariam imediatamente, mas não apresentou detalhes adicionais.


Alívio a agricultores

O acordo abre caminho para a retomada de um comércio que movimentou mais de US$ 12 bilhões no ano passado e é crucial para agricultores dos EUA, que enfrentam pressão financeira prolongada.


O compromisso de 12 milhões de toneladas para esta temporada está em linha com as previsões de muitos analistas. A China tem pouca necessidade de volumes adicionais no momento, após acumular estoques robustos com embarques recordes da América do Sul.


" O volume representa uma redução considerável do ponto de vista histórico", disse Brian Grete, analista sênior de grãos e pecuária da Commstock.


Grete acrescentou que, no longo prazo, compras de 25 milhões de toneladas por ano significariam “basicamente voltar ao normal”, o que pode auxiliar os produtores a projetar a demanda de exportação e organizar seus balanços para os próximos anos.


No ano passado, os EUA exportaram cerca de 27 milhões de toneladas para a China, segundo dados do Departamento de Agricultura americano.


Ainda assim, o compromisso é inferior ao registrado após a guerra comercial no primeiro mandato de Trump. Depois do chamado acordo da Fase Um, em 2020, os embarques aos chineses saltaram para 34,2 milhões de toneladas na época.


Lista de empresas proibidas

Durante a entrevista, Bessent acrescentou que ficou acertado com Pequim que os EUA vão suspender, por um ano, a norma que restringe o comércio com subsidiárias de empresas incluídas na lista proibida do governo americano.


No fim de setembro, passou a vigorar uma norma nos EUA, segundo a qual subsidiárias controladas - participação igual ou superior a 50% - por empresas presentes naquela lista passariam a ser sujeitas às mesmas barreiras impostas às matrizes sancionadas.


Na prática, isso ampliaria o alcance das restrições para cerca de 20 mil empresas, aumentando em 15 vezes o “raio de ação” das limitações ao acesso de companhias chinesas a exportações americanas, segundo análise publicada na segunda-feira pelo pesquisador sênior Martin Chorzempa, do Peterson Institute for International Economics, em Washington.


A questão do TikTok

Uma das questões que ficaram em aberto após o encontro dos líderes foi o que os dois países acordaram em relação à rede social TikTok. Indagado, Bessent afirmou que a China aprovou o acordo de transferência do TikTok.


Os termos idealizados por Trump preveem a criação de uma nova empresa que assumiria o negócio do TikTok nos EUA, controlada majoritariamente por investidores americanos, com a participação da ByteDance reduzida a menos de 20%, conforme exigido por uma lei de segurança nacional.


"Finalizamos o acordo do TikTok em termos de obter a aprovação chinesa, e espero que isso avance nas próximas semanas e meses, para que finalmente tenhamos uma resolução", disse Bessent à Fox Business Network sem fornecer mais detalhes.


O Ministério do Comércio da China, no entanto, limitou-se a dizer nesta que está comprometido em resolver adequadamente as questões relacionadas ao TikTok, sem mencionar detalhes.


**Com Agências**

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