Acusado tráfico humano para os EUA tem cargo comissionado em prefeitura de MG
- Rádio Manchete USA

- 17 de jul.
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BOSTON - O coiote Chelbe Willams Moraes escapou da prisão dos Estados Unidos e assumiu um cargo comissionado na prefeitura de Mateus Leme, em Minas Gerais, esse ano.
Uma matéria do "O Fator" de quarta-feira, 16, diz que desde maio Moraes é assessor da Controladoria-Geral do Município, setor que tem a missão de zelar pela transparência e combater irregularidades na prefeitura.
Moraes foi nomeado pelo prefeito Dr. Renilton (Republicanos) por um salário bruto superior a R$ 8,7 mil, segundo o Portal da Transparência.
Nos EUA, ele assumiu a culpa por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, revelam os autos da Corte Federal de Massachusetts. O esquema levou à condenação, em abril, do irmão e o sobrinho do mineiro a pouco mais de um ano de cadeia, pena bem mais branda à sentença máxima de 70 anos após um acordo com a promotoria.
Jesse James Moraes e Hugo Giovanni Moraes comandavam os restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil, em Woburn, enquanto Chelbe, que mora em Minas Gerais, segundo o processo, era responsável por buscar vítimas do golpe no Brasil.
As investigações apontaram que o trio aliciou - entre julho de 2016 e outubro de 2022 - pessoas interessadas em se mudar para os EUA, a maioria brasileiros, cobrando entre US$ 18 mil e US$ 22 mil com a promessa de que trabalhariam em seus restaurantes.
Os imigrantes eram obrigados a trabalhar por longas horas em atividades manuais e eram submetidos a ameaças de agressões físicas, emocionais e de deportação.
Processos no Brasil
Chelbe Moraes foi preso no Paraguai em junho 2021 por supostamente ter fugido com sua filha pequena, crime pelo qual agora está sendo julgado no Brasil. Após sua prisão, a Polícia Federal brasileira começou a suspeitar que ele era um contrabandista de pessoas.
Moraes foi acusado de cobrar dos brasileiros sem vistos válidos nos EUA cerca de R$ 20 mil por pessoa para atravessá-los pelo México, usando uma rede internacional de policiais e funcionários corruptos, assim como familiares sediados no país de destino.
Em outubro daquele ano, Moraes negou em uma entrevista à agência de notícias Reuters que fosse um contrabandista de pessoas, dizendo que dirigia uma consultoria legítima aconselhando pessoas sobre pedidos de asilo nos EUA. Ele disse que cobrava até R$ 100 mil daqueles que atendessem aos critérios dos EUA para ajudá-los a migrar para o país.
“A assessoria que eu cobro é cara para caramba, porque eu conheço a legislação americana”, afirmou à época.
Há pelo menos 39 processos contra Chelbe Willams Moraes no Brasil em aberto, segundo o JusBrasil. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou que há "alguns processos, mas em nenhum deles está relacionado com o tráfico internacional de pessoas".
O Tribunal Regional Federal da 6ª Região, da seção de MG, ainda não respondeu o pedido de comentário da reportagem.
A Manchete USA também não conseguiu contato com a prefeitura de Mateus Leme e com Moraes até a publicação dessa matéria.
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