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Anônimos proporcionam volta de brasileira em estado vegetativo ao Brasil

Atualizado: 22 de out.


Fabíola já está na casa da família e deve continuar o tratamento no Brasil através do SUS
Fabíola já está na casa da família e deve continuar o tratamento no Brasil através do SUS

ORLANDO - A brasileira Fabíola da Costa, que estava em estado vegetativo nos Estados Unidos há pouco mais de um ano, conseguiu retornar ao Brasil nesta segunda-feira, 20, em um avião UTI. A viagem foi proporcionada com a ajuda de bons samaritanos que financiaram o alto custo do transporte. Aos 32 anos e mãe de dois filhos, ela vai seguir o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora.


Nas redes sociais, o marido, Ubiratan Rodrigues, agradeceu a mobilização de milhares de pessoas e disse que o responsável pelo avião UTI, que não quis se identificar, baixou o valor previsto de US$ 120 mil, dando fim ao desespero da família que já havia programado a viagem num motorhome, partindo de Orlando, na Flórida, para a região da Mata em Minas Gerais. A estimativa era levar 50 dias para percorrer 7 mil km.


"Não tenho como citar nomes porque vou esquecer de alguém. Foram milhares de pessoas, inclusive aquelas que entravam em contato e não podiam doar mas compartilhavam a história", disse Rodrigues.


Fabíola desembarcou na noite de ontem acompanhada da mãe, Maria Costa, que estava nos EUA para ajudar nos cuidados com a filha, no Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá. Ela foi recebida pelo SAMU e transportada até o Hospital Ana Nery para refazer exames antes de ir definitivamente para casa.


Rodrigues, ficou nos Estados Unidos com os filhos, entre 17 e 5 anos, agilizando a documentação da caçula, nascida no país.


Desde que Fabíola sofreu um mal súbito em setembro do ano passado, a família dependia de doações. Milhares de brasileiros se mobilizaram em ações no Brasil e nos EUA para ajudar o casal e os filhos a sobreviverem e arcar com a UTI aérea.


Mais de um ano

O drama da família já dura mais de um ano. Em 20 de setembro 2024, Fabíola passou mal e foi socorrida pelo enteado e pelo filho mais velho já que Rodrigues estava dirigindo um caminhão do Texas em direção a Nova York.


Enteado e filho mais velho socorreram a mãe e a levaram para o hospital
Enteado e filho mais velho socorreram a mãe e a levaram para o hospital

Segundo o marido, a mineira sofreu três paradas cardíacas e uma perfuração no pulmão, causada durante a reanimação. A consequência foi uma lesão cerebral grave, levando-a ao estado vegetativo.


Fabíola ficou internada por 7 meses com cobertura parcial das despesas pelo plano de saúde. Em abril, o quadro se estabilizou e ela recebeu alta,  mas ainda com comprometimento neurológico e sem diagnóstico conclusivo.


Rodrigues montou um quarto com suporte hospitalar básico na casa da família, passando a ser o responsável por todos os cuidados com apoio esporádico de uma enfermeira e de amigos fisioterapeutas.


SUS

Agora, com Fabíola em solo brasileiro, a expectativa da família é que ela possa continuar o tratamento recebendo mais suporte através do SUS e próximo dos parentes em Juiz de Fora.


“Tudo foi feito com ajuda de amigos, familiares e desconhecidos que se sensibilizaram com a nossa história. Não temos palavras para agradecer”, disse o marido.


Fabíola e Rodrigues viviam em Orlando com os filhos
Fabíola e Rodrigues viviam em Orlando com os filhos

A família migrou para os EUA em 2019, onde Rodrigues trabalhava como caminhoneiro e Fabíola como manicure.


Recurso público

Em julho, a MANCHETE USA entrou em contato com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) do Brasil para apurar sobre o caso de Fabíola. Em nota, a pasta disse que acompanhava "com atenção casos envolvendo brasileiros em situação de vulnerabilidade, mas atuava de forma articulada com os órgãos responsáveis em demandas dessa natureza".


Já o Ministério de Relações Exteriores e o Gabinete do Presidência não responderam ao pedido da reportagem para comentar a possibilidade de usar recursos públicos para custear o transporte da brasileira com base na decisão do presidente Luis Inácio Lula da Silva de alterar um decreto de 2017 para arcar com os translados dos corpos dos brasileiros que morrem no exterior.


** Matéria atualizada às 6 horas de quarta-feira, 22/10/25.


É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste material sem a autorização da MANCHETE USA. Todos os textos estão protegidos por copyright.

Reproduções autorizadas devem conter crédito de AUTORIA para MANCHETE USA (mancheteusa.com)


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