Brasileira mãe de sobrinho de porta-voz da Casa está sob custódia do ICE
- Rádio Manchete USA

- 26 de nov.
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BOSTON -A brasileira Bruna Caroline Ferreira, ex-cunhada e mãe do sobrinho da secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, está sob custódia do ICE há duas semanas e corre o risco de ser deportada nos próximos dias.
O advogado Todd C. Pomerleau afirma que a prisão de sua cliente é arbitrária.
"Para deter uma pessoa, a Constituição exige que o governo demonstre que ela representa um perigo ou risco de fuga. Ela não estava fazendo nada de novo, apenas vivendo sua vida enquanto aguardava sua vez, como dezenas de milhares de outras pessoas que enfrentam esse imbróglio chamado sistema de imigração", explica.
"Ela aguardava seu green card ao final do processo. Em outras palavras, sua detenção é ilegal — não há justificativa legal para deter pessoas que já tiveram suas impressões digitais coletadas e que vivem em nosso país há anos, algo que o ICE tem pleno conhecimento", acrescenta.
Bruna mora em Revere, em Massachusetts, e, no dia 12 de novembro, estava dirigindo para o estado de New Hampshire (a cerca de 70 quilômetros) para buscar o filho de 11 anos na escola, quando foi detida pela imigração.
"Em algum momento da semana passada, parece que ela foi de Massachusetts para New Hampshire, depois para Vermont e, em seguida, para a Louisiana", revela Pomerleau, que passou a representar a brasileira somente nesta semana e tenta obter mais detalhes do caso.
Em tempo: De acordo com as informações no sistema de localização de detentos do ICE, a brasileira está agora no Centro de Processamento do ICE no Sul da Louisiana, na cidade de Basile.
"Massachusetts, apesar da imigração ter bilhões de dólares para aplicar as leis, de alguma forma não consegue encontrar dinheiro para ter leitos para as mulheres detidas. Estão separando mulheres de seus filhos, de suas famílias e de seus meios de subsistência. Desrespeitaram seu direito a um processo justo", denuncia.
Uma pessoa familiarizada com o caso disse que Bruna e a porta-voz Karoline Leavitt "não se falam há muitos anos".
"A criança mora em tempo integral em New Hampshire com o pai desde que nasceu. Ela nunca morou com a mãe", acrescentou a fonte.
O advogado da brasileira rebateu que essa informação "não é precisa" e que "eles moravam juntos quando estavam noivos".
Acusação
Em nota, o Departamento de Segurança Interna (DHS) diz que Bruna é "uma imigrante ilegal brasileira com antecedentes criminais, que já havia sido presa por agressão".
"Ela entrou nos EUA com um visto de turista B2, que exigia que ela deixasse o país até 6 de junho de 1999", acrescentou o governo, pontuando que Bruna "está em processo de deportação".
"Sob o governo do presidente Trump e da secretária [de Segurança Interna, Kristi] Noem, todos os indivíduos que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos estão sujeitos à deportação", completa o comunicado.
O advogado de Bruna rejeita a acusação. "Ela não possui antecedentes criminais e não é uma 'imigrante ilegal criminosa'."Que nos mostrem provas se essa acusação é real. Não consta nada contra Bruna", defende.
Bruna chegou aos EUA com a família há 24 anos e era beneficiária do DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância), programa que concede proteção contra a deportação para crianças que chegaram ao país antes de julho de 2022.
O advogado explica que a brasileira não conseguiu renovar o benefício do DACA porque o caso "ficou por anos travado em litígios na Suprema Corte, assim como milhares de outros 'dreamers'".
Trump quis encerrar o programa durante o primeiro mandato, mas a Justiça bloqueou a tentativa. O governo questiona a proteção legal dos "dreamers".
"O DACA não confere qualquer tipo de status legal neste país", disse recentemente a secretária adjunta de Segurança Interna, Tricia McLaughlin.
Pomerleau pontua que Bruna também está no meio de outro processo para conseguir o green card.
O ICE não atendeu ao pedido de comentário da Manchete USA.
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