Brasileira presa em Worcester pelo ICE consegue asilo nos EUA
- Rádio Manchete USA

- 1 de out.
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Atualizado: 8 de out.

WORCESTER - Um dos casos mais emblemáticos e polêmicos das ações do ICE protagonizados por uma mãe e suas filhas começou a ter seu desfecho nesta terça-feira, 30. Rosane Ferreira de Oliveira conquistou o direito ao asilo e poderá permanecer legalmente nos Estados Unidos, após quase cinco meses de detenção.
Em maio, Rosane foi presa na rua Eureka em Worcester diante de duas de suas filhas e de uma multidão que acompanhava a ação. As imagens de sua detenção percorreram o mundo pelos requintes de crueldade dos agentes do ICE e pela resistência imposta pelos moradores locais.
A prisão causou comoção em Worcester, resultando em protestos contra o ICE e ao Departamento de Polícia da cidade.
Ontem a juíza de imigração Yul-Mi Cho concedeu asilo para a brasileira, que atualmente está detida no Centro Correcional do Condado de Strafford, em Dover, New Hampshire, de acordo com seu advogado, Paul Toland.
Segundo ele, o Departamento de Segurança Interna tem o direito de apelar da decisão da juíza e tem até 30 dias para interpor o recurso. Durante este período de um mês, Rosane permanecerá sob custódia federal.
No mesmo dia em que Rosane recebeu o benefício, a câmara de veradores de Worcester aprovou um projeto que impede a colaboração da polícia local com o ICE.

O CASO
Na manhã de 8 de maio mais de 30 pessoas gritaram com os agentes do ICE na Rua Eureka quando prenderam Rosana.
A mãe de três filhos foi colocada dentro de uma SUV dourada, enquanto transeuntes exigiam que os agentes mostrassem um mandado de prisão e uma vereadora de Worcester se colocava diante dos oficiais tentando impedir o sucesso da ação.
Aproximadamente às 11 horas, policiais de Worcester chegaram à Rua Eureka e disseram à multidão que eles haviam criado uma reunião ilegal. Alguns policiais ficaram ao lado da SUV, pedindo que as pessoas se afastassem. Assim que o veículo começou a se mover, a filha de 17 anos de Rosane correu atrás do carro. A polícia perseguiu a adolescente e a prendeu.
A menor foi acusada de colocar uma criança em perigo, perturbar a paz, ter conduta desordeira e resistir à prisão, mas o chefe de polícia Paul Saucier solicitou ao juiz o arquivamento do caso.
A polícia de Worcester também indiciou outras duas pessoas que estavam presentes na operação do ICE. A vereadora do 5º Distrito, Etel Haxhiaj, foi acusada de agressão e lesão corporal contra um policial e também uma violação do direito comum por interferir com um agente em serviço.
Outra americana, a ex-candidata ao Comitê Escolar Ashley Spring, foi acusada de contravenções de agressão e lesão corporal contra um policial, conduta desordeira e interferência com policiais.
Tanto Spring quanto Haxhiaj tentaram o arquivamento dessas acusações, com Haxhiaj descrevendo-as como "falsas". Um juiz distrital fornecerá uma atualização sobre os pedidos de arquivamento em 19 de novembro.
FAMÍLIA SEPARADA
Um mês após a prisão, Augusta Clara Moura, filha mais velha de Rosane, junto com seu bebê, voltou para o Brasil para ficar com seu marido.
As outras filhas, de 17 anos e 13 anos, foram colocadas sob os cuidados do Departamento da Criança e da Família (DCF).
Em julho, porém, foi noticiado que ambas as filhas estavam desaparecidas. A menina de 13 anos foi encontrada em segurança em agosto e está de volta aos cuidados do DCF. A adolescente de 17 anos ainda é dada como desaparecida, de acordo com o Centro Nacional de Crianças Desaparecidas e Exploradas, mas o advogado de Augusta havia dito que a jovem está com ela no Brasil.
Toland disse que não tem certeza do que acontecerá com as crianças agora que a cliente recebeu asilo.
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