EUA registram queda inédita na população imigrante, mostra pesquisa
- Rádio Manchete USA

- 26 de ago.
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WASHINGTON - A população imigrante nos Estados Unidos está em declínio após meio século de crescimento acelerado, afirma o Pew Research Center. A pesquisa divulgada na quinta-feira, 21, aponta que no primeiro semestre o número de estrangeiros residentes no país, com ou sem documentos, caiu em mais de 1 milhão.
A redução é atribuída à política anti-imigrante do presidente Donald Trump que retornou à Casa Branca em janeiro. Mas a instituição alerta para que a baixa no índice pode ser "parcialmente artificial" devido à redução na taxa de resposta de imigrantes às pesquisas.
"Os Estados Unidos ainda recebem mais imigrantes do que qualquer outro país", afirma o Pew Research Center em seu site.
A análise dos novos dados do censo revela que a população estrangeira caiu de 53,3 milhões em janeiro para 51.9 milhões em junho.
Após prometer deportações em massa durante a campanha, Trump implementou medidas amplas para reduzir a imigração. A administração republicana restringiu o acesso ao asilo na fronteira sul, endureceu os requisitos de visto para estudantes e trabalhadores de tecnologia e mobilizou milhares de agentes federais para deter e deportar imigrantes sem status legal. Essa repressão levou muitos a deixarem o país voluntariamente e desestimulou outros a virem.
A migração líquida — diferença entre o número de imigrantes que chegam e os que partem — tornou-se negativa, mudança que o principal demógrafo do Pew, Jeffrey Passel, classificou como uma “certeza demográfica” até agora em 2025. Sua equipe não calculou separadamente o número de imigrantes sem status legal, que provavelmente representam a maior parte das saídas, pois a intensificação da fiscalização reduziu sua participação nas pesquisas do censo usadas para estimativas.
Eles podem ter sido subcontados, o que indicaria que a queda não é tão acentuada, ou sua baixa participação pode mascarar um declínio ainda mais expressivo.
Risco para a economia
O governo Trump comemora a diminuição do número de estrangeiros no país, mas há preocupações em relação aos efeitos negativos que a queda na imigração e a redução da força de trabalho podem causar à economia americana.
Segundo o relatório, em junho deste ano, 19% da mão de obra dos EUA era composta por imigrantes, o que representa uma redução de mais de 750 mil trabalhadores em relação a janeiro.
Em julho, o American Enterprise Institute, de tendência conservadora, projetou que a migração líquida em 2025 seria nula ou negativa e previu que as políticas do governo Trump continuariam a reduzir a entrada de trabalhadores estrangeiros, qualificados ou não, pelo menos até 2026.
"Uma queda rápida na imigração vai causar danos econômicos", disse Tara Watson, economista da Brookings Institution e coautora do relatório.
Segundo ela, pressões políticas e contestações judiciais poderiam levar o governo federal a aliviar a repressão e suavizar os impactos. Mas leis aprovadas recentemente pelo Congresso, controlado pelos republicanos, ampliaram significativamente o financiamento da fiscalização migratória, indicando que a postura restritiva pode durar todo o mandato de Trump.
Se isso ocorrer, “poderíamos entrar em um ciclo de declínio contínuo”, disse Watson, o que pode comprometer a competitividade dos EUA na atração de talentos globais.
** Com Agências **

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