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EUA registram queda inédita na população imigrante, mostra pesquisa


Baixa no número de imigrantes inclui aqueles com autorização de viver nos EUA
Baixa no número de imigrantes inclui aqueles com autorização de viver nos EUA

WASHINGTON - A população imigrante nos Estados Unidos está em declínio após meio século de crescimento acelerado, afirma o Pew Research Center. A pesquisa divulgada na quinta-feira, 21, aponta que no primeiro semestre o número de estrangeiros residentes no país, com ou sem documentos, caiu em mais de 1 milhão.


A redução é atribuída à política anti-imigrante do presidente Donald Trump que retornou à Casa Branca em janeiro. Mas a instituição alerta para que a baixa no índice pode ser "parcialmente artificial" devido à redução na taxa de resposta de imigrantes às pesquisas.


"Os Estados Unidos ainda recebem mais imigrantes do que qualquer outro país", afirma o Pew Research Center em seu site.


A análise dos novos dados do censo revela que a população estrangeira caiu de 53,3 milhões em janeiro para 51.9 milhões em junho.


Após prometer deportações em massa durante a campanha, Trump implementou medidas amplas para reduzir a imigração. A administração republicana restringiu o acesso ao asilo na fronteira sul, endureceu os requisitos de visto para estudantes e trabalhadores de tecnologia e mobilizou milhares de agentes federais para deter e deportar imigrantes sem status legal. Essa repressão levou muitos a deixarem o país voluntariamente e desestimulou outros a virem.


A migração líquida — diferença entre o número de imigrantes que chegam e os que partem — tornou-se negativa, mudança que o principal demógrafo do Pew, Jeffrey Passel, classificou como uma “certeza demográfica” até agora em 2025. Sua equipe não calculou separadamente o número de imigrantes sem status legal, que provavelmente representam a maior parte das saídas, pois a intensificação da fiscalização reduziu sua participação nas pesquisas do censo usadas para estimativas.


Eles podem ter sido subcontados, o que indicaria que a queda não é tão acentuada, ou sua baixa participação pode mascarar um declínio ainda mais expressivo.


Risco para a economia

O governo Trump comemora a diminuição do número de estrangeiros no país, mas há preocupações em relação aos efeitos negativos que a queda na imigração e a redução da força de trabalho podem causar à economia americana. 


Segundo o relatório, em junho deste ano, 19% da mão de obra dos EUA era composta por imigrantes, o que representa uma redução de mais de 750 mil trabalhadores em relação a janeiro. 


Em julho, o American Enterprise Institute, de tendência conservadora, projetou que a migração líquida em 2025 seria nula ou negativa e previu que as políticas do governo Trump continuariam a reduzir a entrada de trabalhadores estrangeiros, qualificados ou não, pelo menos até 2026.


"Uma queda rápida na imigração vai causar danos econômicos", disse Tara Watson, economista da Brookings Institution e coautora do relatório.


Segundo ela, pressões políticas e contestações judiciais poderiam levar o governo federal a aliviar a repressão e suavizar os impactos. Mas leis aprovadas recentemente pelo Congresso, controlado pelos republicanos, ampliaram significativamente o financiamento da fiscalização migratória, indicando que a postura restritiva pode durar todo o mandato de Trump.


Se isso ocorrer, “poderíamos entrar em um ciclo de declínio contínuo”, disse Watson, o que pode comprometer a competitividade dos EUA na atração de talentos globais.


** Com Agências **

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