Governo diz que 'acompanha situação' de brasileira trans detida pelo ICE
- Rádio Manchete USA

- 25 de ago.
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Atualizado: 8 de out.

WASHINGTON - O Ministério das Relações Exteriores disse estar ciente e acompanhar a situação da brasileira Alice Barbosa, de 28 anos, uma mulher trans que foi detida no último sábado pelo ICE, em Maryland. Segundo o Itamaraty, o contato com as autoridades locais é feito por intermédio do Consulado-Geral do Brasil em Washington.
Entretanto, o jornal Folha de S. Paulo, informou que a mãe de Alice, que está no Brasil, "ouviu de uma pessoa da representação brasileira na capital dos Estados Unidos que só poderia atuar no caso a partir de segunda e que há uma fila grande de nacionais detidos aguardando por auxílio do governo.
A instituição não respondeu a um pedido de comentário da MANCHETE USA até a publicação dessa matéria.
Alice, que vive há mais de cinco anos no país, foi abordada "de forma violenta e arbitrária por agentes não identificados", segundo relato da amiga Stefany Ramos, que dirigia o veículo que foi interceptado pelo ICE.
"Os agentes forçaram o vidro do carro, abriram a porta de maneira agressiva, a algemaram e a empurraram para o veículo deles. Durante toda a abordagem, a trataram de forma desrespeitosa, referindo-se a ela como homem, negando sua identidade de gênero e ignorando sua dignidade. Nenhuma documentação ou esclarecimento formal foi fornecido no momento da prisão", explicou Stefany.
A família teme que a jovem seja colocada em um presídio masculino uma vez que o governo de Donald Trump reconhece apenas os gêneros masculino e feminino.
Na internet, circulam comentários de que Alice teria sido presa algumas vezes, uma delas por porte de maconha, mas a reportagem não conseguiu confirmar a informação muito menos é possível ouvir essas acusações durante a prisão da brasileira.
Um dos agentes fala sobre infrações imigratórias e cita que ela foi "presa e condenada várias vezes em 2010". Alice nega.
Ao Globo, Stefany contou que elas estavam deixando a casa de Alice quando foram abordadas pelos agentes, "homens sem uniforme, exibindo apenas distintivos", que "se aproximaram e deram voz de prisão" à brasileira.
"Denunciamos o tratamento violento, arbitrário e transfóbico sofrido por Alice Barbosa. Reiteramos que ela deve ser tratada com respeito, humanidade e reconhecimento de sua identidade de gênero, conforme garantem os direitos humanos universais e as leis americanas de proteção às pessoas LGBTQ+ ", afirmou Stefany.
A deputada federal Erika Hilton disse ter pedido ao Itamaraty "que intercedam pela garantia dos direitos e integridade física de Alice Correia Barbosa". Ela afirmou que "é papel do Estado brasileiro zelar pela proteção de pessoas brasileiras no exterior" e "é papel do Itamaraty prestar apoio consular, jurídico e humanitário à Alice Correia Barbosa".
"Como de costume da gestão Trump, a prisão também vai contra a própria constituição estadunidense que, em seus artigos V e XIV, determina que toda pessoa que esteja nos Estados Unidos, independente de ser cidadã ou não, tem direito ao devido processo legal e à proteção legal igualitária", observou a deputada.
Questionado, o ICE diz que precisaria de mais informações para confirmar a detenção da brasileira.
** Com Agências **

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