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Hamas e Israel confirmam primeira fase de acordo para acabar guerra em Gaza



Hamas pediu um tempo para localizar corpos de reféns israelenses
Hamas pediu um tempo para localizar corpos de reféns israelenses

WASHINGTON - O grupo palestino Hamas confirmou nesta quarta-feira, 8, que a primeira fase de um acordo com Israel para encerrar a guerra em Gaza foi alcançada e "encerrará a guerra em Gaza, garantirá a retirada completa das forças de ocupação, permitirá a entrada de ajuda humanitária e implementará a troca de prisioneiros".


O Hamas agradeceu ao Catar, Egito, Turquia e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por seus esforços de mediação e pediu que as autoridades internacionais garantam "que o governo de ocupação israelense cumpra integralmente os termos do acordo".


"Jamais abandonaremos os direitos nacionais do nosso povo até que a liberdade, a independência e a autodeterminação sejam alcançadas", acrescentou o Hamas.


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma declaração comemorando a perspectiva de libertação dos reféns e chamando a primeira fase do acordo de paz como "um grande dia para Israel".


Ele afirmou que convocará o governo israelense nesta quinta (09) para aprovar o acordo e "trazer todos os nossos queridos reféns para casa".


Uma vez aprovado o acordo pelo gabinete israelense, o que deve ocorrer por volta de 14h de quinta no horário de Jerusalém (8h da manhã em Brasília), Israel deverá recuar sua ofensiva para uma linha previamente acordada, e o cessar-fogo começará.


A retirada deve levar menos de 24 horas, informou um funcionário de alto escalão da Casa Branca à CBS.


Após a saída de Israel, começa o prazo de 72 horas para a libertação dos reféns israelenses. Nos bastidores, a Casa Branca calcula que a libertação possa acontecer na próxima segunda-feira (13).


Uma fonte palestina disse que o Hamas ainda não recebeu a lista final de prisioneiros palestinos que Israel planeja libertar em troca dos reféns israelenses em Gaza.


A fonte disse que o atraso está ligado à pressão dentro de Israel sobre as identidades de algumas das pessoas que o Hamas quer libertar. No entanto, esforços estão em andamento para resolver a questão em poucas horas.


O jornal israelense Haaretz também citou fontes do país dizendo que o acordo não especificou os nomes dos palestinos a serem soltos.


Netanyahu agradeceu às tropas israelenses e a Donald Trump "pela mobilização para esta missão sagrada de libertar nossos reféns".


Plano de Paz

O plano de paz foi apresentado por Trump no último dia 29 com a presença de Netanyahu. Embora o Hamas já tivesse dado sinais recentes de concordância, sua aceitação ainda estava pendente.


Pouco antes das manifestações de Israel e do Hamas, Trump já havia anunciado nesta quarta que "Israel e Hamas assinaram a primeira fase" de um plano de paz.


"Isso significa que TODOS os reféns serão libertados muito em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha negociada", comemorou Trump na rede Truth Social.


Em entrevista à Fox News, o republicano afirmou que Gaza será reconstruída e que haverá "riqueza a ser gasta" no território palestino.


O presidente americano está "considerando viajar para o Oriente Médio" nos próximos dias, de acordo com a Casa Branca.


Mediadores dos EUA, Egito e Catar vinham há tempos tentando negociar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas, em troca da soltura de prisioneiros palestinos.


O Ministério das Relações Exteriores do Catar também confirmou que um acordo para a primeira fase do plano de paz para Gaza foi alcançado.


"Os mediadores anunciam que hoje à noite foi alcançado um acordo sobre todas as disposições e mecanismos de implementação da primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza, que levará ao fim da guerra, à libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos e à entrada de ajuda", publicou um porta-voz do ministério catari na rede social X.


O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou que as Nações Unidas (ONU) apoiarão a "implementação plena" do acordo, bem como aumentarão a entrega de ajuda humanitária e participarão dos esforços de reconstrução em Gaza.


Guterres também instou todas as partes a cumprirem o acordo.


"O sofrimento precisa acabar", afirmou.


"Exorto todas as partes interessadas a aproveitarem esta oportunidade crucial para estabelecer um caminho político confiável rumo ao fim da ocupação, reconhecendo o direito à autodeterminação do povo palestino, levando a uma solução de dois Estados para permitir que israelenses e palestinos vivam em paz e segurança."


O acordo ocorre dois anos após Israel lançar uma ofensiva em Gaza em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 — no qual homens armados comandados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram outras 251 reféns em Israel.


Desde então, pelo menos 67.183 pessoas foram mortas em operações militares israelenses em Gaza segundo o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas.


Comemorações em Gaza e em Israel

Imagens noturnas publicadas no Instagram pelo jornalista palestino Saeed Mohamed mostram uma multidão de homens e mulheres dançando ao som de música, assobiando, batendo palmas e gritando "Allahu Akbar" ("Deus é o maior") do lado de fora do hospital de Al-Aqsa, na cidade central de Deir al-Balah.


Outro vídeo, do jornalista Mohammed al-Haddad, mostra um grupo menor de jovens dançando em uma rua, em outra área de Gaza.

Em Israel, ex-reféns e familias de reféns reagiram à notícia do acordo.


Eli Sharabi, cuja esposa e filhos foram mortos e cujo corpo do irmão Yossi está sob custódia do Hamas, postou: "Grande alegria, mal posso esperar para ver todos em casa."


A mãe do refém Matan Zangauker disse no X: "Matan retorna para casa, para mim... para você, para o país. Por essas lágrimas, eu rezei."


A mãe do refém Nimrod Cohen postou: "Meu filho, você está voltando para casa."


A ex-refém britânico-israelense Emily Damari comemorou com a ex-refém Romi Gonen, recitando orações de gratidão e brindando com "L'chaim", que significa "à vida".


Damari tem feito campanha pela libertação de seus amigos, os gêmeos Gali e Ziv Berman.


O irmão deles, Liran Berman, postou: "Meus Gali e Ziv, eu amo muito vocês. Vocês estão voltando para casa."


** Com BBC **

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