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Juíza proíbe deportação de Kilmar horas depois de nova prisão pelo ICE

Atualizado: 26 de ago.


Kilmar ao se despedir da mulher antes de voltar para a custódia do ICE na manhã dessa segunda-feira
Kilmar ao se despedir da mulher antes de voltar para a custódia do ICE na manhã dessa segunda-feira

BALTIMORE - Kilmar Abrego Garcia, que foi deportado por engano pelo governo Trump para El Salvador no primeiro semestre e trazido de volta para os Estados Unidos em junho, foi detido novamente por agentes de imigração nesta segunda-feira, 25, dois dias depois de ser solto pela Justiça criminal sob o risco de ser enviado para um país africano. Uma liminar, porém, bloqueia a expulsão imediata do salvadorenho de 30 anos.


A intenção do governo americano era deportar Kilmar mais uma vez, o destino seria Uganda. Mas horas depois do homem voltar para a custódia do ICE, a juíza Paula Xinis proibiu que ele deixe o país até a realização de uma audiência para determinar se ele pode contestar a deportação para um país terceiro.


Kilmar se transformou em um símbolo das rigorosas políticas anti-imigração do segundo mandato de Donald Trump. Sua deportação ganhou repercussão mundial e representou uma batalha entre a Casa Branca e a Justiça americana.


A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou hoje que o ICE "está conduzindo o processo para a deportação" de Kilmar e fez uma série de acusações contra ele.



"O presidente Trump não vai permitir que este imigrante ilegal, membro da gangue MS-13, traficante de pessoas, agressor doméstico em série e predador de crianças continue a aterrorizar os cidadãos americanos", afirmou Noem. Apesar de acusações, a Justiça dos EUA não encontrou provas críveis ligando Kilmar à gangue venezuelana.


Kilmar foi deportado para El Salvador por engano pelo governo Trump em março, e trazido de volta em junho após decisões judiciais que contrariaram a vontade do presidente de o manter lá. Ele ficou mantido em uma megaprisão de Bukele conhecida por condições severas, onde ele disse ter sido torturado.


Ao voltar para os EUA, Kilmar foi mantido preso em uma prisão no Tennessee, e libertado sob custódia na sexta-feira.


Ele passou dois dias com a família em Maryland e se entregou no escritório do ICE, por volta das 7h30 desta segunda-feira, segundo seu advogado. Ele tinha uma entrevista de custódia marcada para as 9h, procedimento comum para imigrantes em liberdade provisória.


Cercado por apoiadores que gritavam “Sim, é possível” em espanhol em sinal de resistência, Kilmar e sua esposa se abraçaram no saguão do prédio antes de passar pelo controle de segurança.


“Quando fui preso, eu sempre me lembrava dos momentos lindos com minha família, momentos de ir ao parque, de brincar no pula-pula com meus filhos. Esses momentos vão continuar me dando esperança para seguir nessa luta. Não perderemos a fé. A todas as famílias que foram separadas ou que já foram ameaçadas com separação familiar, este governo nos atingiu com força. Mas quero dizer uma coisa a vocês: nunca percam a esperança", afirmou Kilmar antes de ser preso novamente.


Segundo seus advogados, autoridades do governo Trump ofereceram deportá-lo para a Costa Rica, que fica na América Central e tem espanhol como língua oficial, assim como seu país natal El Salvador, caso ele aceitasse se declarar culpado de acusações de transporte de imigrantes vivendo ilegalmente nos EUA.


No entanto, Kilmar se declarou inocente e seus advogados buscam negociar um acordo com o governo Trump para evitar a deportação para a Uganda. Sem um acordo, ele poderia ser enviado o país africano, considerado “muito mais perigoso”, segundo documentos judiciais apresentados no sábado.


Em tempo: O governo da Uganda disse na semana passada ter chegado a um acordo com os EUA para receber imigrantes ilegais que Trump queira deportar.


A defesa de Kilmar Garcia também pede ao juiz federal Waverly Crenshaw, de Nashville, responsável pelo caso criminal, que rejeite as acusações, sob o argumento de que o imigrante está “perseguido e processado de forma seletiva” pelo governo Trump em retaliação por contestar sua deportação anterior.


O salvadorenho havia sido deportado para El Salvador pelo governo Trump apesar de uma decisão judicial de imigração de 2019 determinar que ele não fosse enviado para seu país natal devido ao risco de perseguição por gangues. Ele foi trazido de volta aos EUA em junho para responder a acusações criminais.


Seu caso ganhou destaque porque, durante meses, o governo Trump não tomou medidas aparentes para trazê-lo de volta, apesar do reconhecimento de uma autoridade de que sua deportação havia sido um “erro administrativo” e de uma ordem judicial federal determinando seu retorno.


No mês passado, Crenshaw confirmou a decisão da juíza Barbara Holmes de libertar Kilmar da prisão preventiva, considerando que ele não representava perigo à comunidade nem risco de fuga.


** Com Agências **


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