Lula e Trump têm conversa amistosa e combinam encontro presencial em breve
- Rádio Manchete USA

- 6 de out.
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WASHINGTON - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram nesta segunda-feira,6, em se encontrar pessoalmente em breve após a primeira conversa por videoconferência classificada como "em tom amistoso".
Na conversa, segundo nota do Palácio do Planalto, os dois concordaram em tentar um encontro durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), no final do mês, na Malásia, onde ambos estarão. Lula também se dispôs a vir aos EUA, se necessário.
No telefonema, de cerca de 30 minutos, os líderes trataram, segundo o governo brasileiro, das tarifas comerciais impostas pelos EUA a produtos brasileiros e da abertura de negociações entre os dois países.
"Recebi, nesta manhã, telefonema do presidente Trump. Conversamos por 30 minutos e relembramos a boa química que tivemos no encontro em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU", disse Lula em publicação nas redes sociais.
De acordo com uma fonte a par do que foi conversado, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria sido o estopim para a imposição de tarifas de 50% dos EUA contra as exportações brasileiras, não foi citada, assim como a possibilidade de regulamentação das "big techs" -- outro ponto sensível para Trump.
Da mesma forma, a situação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sobre quem foi aplicada sanção dos EUA sob a Lei Magnitsky, também não foi tema diretamente.
Ainda segundo esta fonte, a conversa foi descontraída. Quando Lula reforçou sua disposição de negociar e ressaltou que não tem inimigos, Trump respondeu que ele sim tem.
Trump designou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, como o contato para dar sequência às negociações sobre as tarifas com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, designados pelo Brasil como negociadores.
A abertura de um canal direto é um avanço em relação à política adotada até agora, em que os ministros brasileiros admitiam que os canais de negociação estavam bloqueados.
Rubio já havia tido um encontro sigiloso com Mauro Vieira, em Washington, mas depois disso a interlocução havia cessado.
"No telefonema, recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras", disse Lula.
Além disso, os dois presidentes "trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação", informou o Palácio do Planalto.
A conversa foi acompanhada por Alckmin, Haddad, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, e pelo assessor especial da Presidência, embaixador Celso Amorim. Após sair do encontro, Haddad afirmou que a conversa foi "positiva".
Em entrevista a jornalistas, Alckmin disse que a conversa foi melhor do que o governo brasileiro esperava.
Em uma postagem nas redes sociais, Trump disse que a ligação foi "muito boa", acrescentando que se concentrou nas relações econômicas e comerciais entre os dois países.
"Nesta manhã, tive um telefonema muito bom com o presidente Lula, do Brasil. Conversamos sobre muitas coisas, mas focamos principalmente em economia e comércio entre nossos dois países", escreveu Trump na plataforma Truth Social.
"Teremos novas discussões e vamos nos reunir em um futuro não tão distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu aproveitei a ligação, e nossos países vão se dar muito bem juntos", assegurou o republicano.
** Com Reuters **

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