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'No Kings' leva multidões contra Trump às ruas nos EUA


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NOVA YORK -Milhões de pessoas tomaram as ruas dos Estados Unidos no sábado, 18, em manifestações contra Donald Trump sob o lema "No Kings" ("Sem Reis"), mobilizações que os republicanos classificaram como ódio ao país.


Em grandes cidades como Nova York (Nova York) e Los Angeles (Califórnia) até em pequenas localidades ou perto da residência de Trump em Mar-a-Lago (Flórida) quase sete milhões de pessoas participaram de mais de 2.700 eventos, segundo os organizadores.


"O presidente acredita que seu poder é absoluto. Mas nos Estados Unidos não temos reis e não cederemos ao caos, à corrupção e à crueldade", afirma o movimento "No Kings", que reúne quase 300 organizações, em seu site.


Em Nova York, milhares marcharam pela Broadway, saindo da Times Square. Entre eles, Nadja Rutkowski, que emigrou para os Estados Unidos da Alemanha aos 14 anos e protesta por temer que a história fascista possa se repetir.


"Venho de um país onde o que está acontecendo agora já aconteceu antes, em 1938", contou.


"As pessoas estão sendo sequestradas nas ruas", disse. "Sabemos disso, estamos vendo isso, está acontecendo em tempo real. Por isso temos que nos levantar", insistiu.


"Nunca pensei que viveria para ver a morte do meu país como democracia", declarou Colleen Hoffman, uma aposentada de 69 anos.


"Estamos em crise: a crueldade deste regime, o autoritarismo. Sinto que não posso ficar em casa sem fazer nada", acrescentou.


Os manifestantes exibiam cartazes com slogans como "As rainhas dizem não aos reis" e "Protestamos porque amamos os Estados Unidos e queremos recuperá-los!".


Em Los Angeles, os manifestantes desfilaram com um balão gigante de Trump de fraldas. Também exibiram cartazes e bandeiras, como o símbolo pirata do mangá One Piece, que se tornou símbolo da rebeldia da Geração Z em protestos antigovernamentais do Peru até Madagascar.


A mobilização aconteceu de forma pacífica, mas no final do dia foram registrados alguns distúrbios no centro, onde a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, segundo o jornal Los Angeles Times.


A força de segurança afirmou na rede social X que "quase 100 agitadores" marcharam na noite de sábado usando lasers e luzes intermitentes de tamanho industrial.


"Foi emitida uma ordem de dispersão e os manifestantes foram retirados da área", acrescentou, sem informar se a operação resultou em detenções.


'País de iguais'

"Dizem que se referem a mim como um rei. Eu não sou um rei", declarou Trump ao canal Fox News antes das manifestações.


O presidente respondeu aos eventos de sábado em sua plataforma Truth Social com uma série de vídeos gerados por inteligência artificial que o mostram como um rei.


Em um vídeo, ele aparece usando uma coroa e pilotando um avião de combate que lança o que parece ser excremento sobre manifestantes anti-Trump.


Seus principais aliados no Partido Republicano se mostraram mais combativos. O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, chamou a jornada de protesto de manifestação de "Ódio aos Estados Unidos".


Em contrapartida, o congressista democrata Glenn Ivey rejeitou o termo "ódio" e disse à AFP na sexta-feira: "Entendo por que estão nervosos e tentam apresentar o movimento de forma negativa."


"É realmente uma resposta ao que eles estão fazendo: minar o país, destruir o Estado de Direito e enfraquecer nossa democracia", acrescentou.


Na quinta-feira, Deirdre Schifeling, diretora política e de defesa da União Americana pelas Liberdades Civis, afirmou que a intenção dos manifestantes era mostrar que "somos um país de iguais".


"Somos um país de leis aplicadas a todos, do devido processo e da democracia. Não seremos silenciados", afirmou.


Leah Greenberg, cofundadora do Projeto Indivisível, criticou os esforços da administração Trump para enviar a Guarda Nacional às cidades do país, reprimir imigrantes em situação irregular e processar opositores políticos.


"É o manual clássico do autoritarismo: ameaçar, difamar e mentir, assustar as pessoas para que desistam". "Não seremos intimidados", disse Greenberg.


No protesto em Washington, que reuniu de 8 a 10 mil manifestantes perto do Capitólio, Paulo contou que o momento atual o fazia lembrar de sua infância durante a ditadura militar no Brasil.


"Tenho a incrível sensação de 'déjà vu' quanto às medidas que estão sendo tomadas em termos de aplicação da lei, em termos de culto à personalidade", afirmou.


Já Isaac Harder, de 16 anos, garantiu que teme pelo futuro de sua geração: "É um caminho fascista. E quero fazer o possível para impedir isso".


O ator Robert De Niro, vencedor do Oscar e um conhecido crítico de Trump, convocou os manifestantes a se mobilizarem.


"Estamos nos levantando novamente, levantando nossas vozes de forma não violenta para declarar: Sem Reis".


** Com AFP **

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