Papa condena maus-tratos a imigrantes como "crime grave"
- Rádio Manchete USA

- 24 de out.
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ROMA - O papa Leão XIV condenou nesta quinta-feira, 23, os maus-tratos aos imigrantes como um "crime grave", prosseguindo com uma mensagem de boas-vindas aos migrantes semanas depois de criticar as políticas anti-imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Leão, o primeiro papa norte-americano, não mencionou Trump ou suas políticas especificamente em uma reunião no Vaticano com organizações internacionais de base, mas disse que os governos tinham uma "obrigação moral de fornecer refúgio" aos migrantes necessitados.
"Com o abuso de migrantes vulneráveis, estamos testemunhando não o exercício legítimo da soberania nacional, mas sim crimes graves cometidos ou tolerados pelo Estado", disse o papa.
"Medidas cada vez mais desumanas estão sendo adotadas -- até mesmo celebradas politicamente -- que tratam esses 'indesejáveis' como se fossem lixo e não seres humanos", disse ele.
Leão, eleito em maio para substituir o falecido papa Francisco, tem aumentado sua desaprovação em relação ao tratamento dado pelo governo Trump àqueles que buscam uma vida melhor no exterior, atraindo uma reação acalorada de alguns católicos conservadores proeminentes.
Em seu primeiro documento importante, publicado em 9 de outubro, ele fez um apelo para que o mundo ajudasse os imigrantes e invocou uma das críticas mais fortes de Francisco a Trump.
Em setembro, Leão criticou o tratamento "desumano" dos imigrantes nos EUA e questionou se as políticas de Trump estavam de acordo com os ensinamentos pró-vida da Igreja Católica.
No discurso desta quinta-feira, focado nas necessidades dos pobres do mundo, Leão também criticou a crescente desigualdade econômica, os lucros obtidos por empresas farmacêuticas e a exploração de mineração de materiais, como coltan e lítio, usados em dispositivos modernos.
"Sua extração depende da violência paramilitar, do trabalho infantil e do deslocamento de populações", disse o pontífice sobre a atividade de mineração.
"A competição entre as grandes potências e as grandes corporações pela (sua) extração representa uma grave ameaça à soberania e à estabilidade dos Estados pobres", disse ele.
Leão disse que o sucesso da indústria farmacêutica "representa um grande progresso para alguns, mas não sem ambiguidade".
Ele criticou o uso do fentanil nos Estados Unidos, parte de uma crise que já matou cerca de 450.000 norte-americanos.
O papa também repetiu uma frase frequentemente usada por Francisco, pedindo que a Igreja Católica se torne "uma Igreja pobre para os pobres".
** Com Reuters **

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