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Trump rompe negociações comerciais com o Canadá após uso de vídeo de Reagan contra tarifas


O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, visita Trump na Casa Branca em 7 de outubro de 2025 (Foto: AFP)
O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, visita Trump na Casa Branca em 7 de outubro de 2025 (Foto: AFP)

WASHINGTON - O presidente americano Donald Trump anunciou nesta quinta-feira, 23, a ruptura imediata de todas as negociações comerciais com o Canadá. Ele acusa as autoridades do país de terem distorcido declarações do ex-presidente republicano Ronald Reagan, feitas em 1987, e utilizadas em uma campanha publicitária província de Ontario contra o aumento das tarifas.


"Eles só fizeram isso para interferir na decisão da Suprema Corte e de outros tribunais", escreveu Trump em sua rede Truth Social. "Com base em seu comportamento ultrajante, TODAS AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS COM O CANADÁ ESTÃO ENCERRADAS", escreveu. 


"A Fundação Ronald Reagan acaba de anunciar que o Canadá usou de maneira fraudulenta uma propaganda, que é FALSA, na qual Ronald Reagan se expressa negativamente sobre tarifas", afirmou o presidente em sua mensagem.


A legalidade dos decretos presidenciais que desencadearam os aumentos tarifários está sendo contestada na Suprema Corte dos EUA.


Produzida pela província canadense de Ontário, a campanha publicitária foi transmitida em diversos canais de televisão dos EUA e compartilhada no X pelo premiê (governador) da região, Doug Ford. A propaganda usava gravações verdadeiras do discurso do ex-presidente, que faz parte dos arquivos da biblioteca presidencial do governo Reagan.


O vídeo alerta sobre algumas das consequências que tarifas elevadas sobre importações estrangeiras poderiam ter na economia americana, mas muda a ordem de algumas frases.


A publicidade cita Reagan dizendo que "tarifas elevadas levam a retaliações por países estrangeiros e desencadeiam guerras comerciais". Segundo a Fundação Ronald Reagan, a campanha utilizou "de forma seletiva trechos de áudio e vídeo" de um discurso radiofônico sobre comércio feito pelo ex-presidente republicano em abril de 1987. 


A Fundação disse que está "avaliando medidas legais sobre o caso", já que a propaganda "distorce" as declarações de Ronald Reagan.


A decisão de Trump de romper as relações comerciais com o Canadá é inesperada, já que um acordo comercial entre Ottawa e Washington sobre aço, alumínio e energia estaria prestes a ser concluído, de acordo com o jornal canadense Globe and Mail. 


O compromisso deveria ser assinado antes do encontro previsto entre o primeiro-ministro canadense Mark Carney e Donald Trump, na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que acontece no final do mês, na Coreia do Sul. O Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos e um fornecedor importante de aço e alumínio para empresas americanas.  


Ruptura

Nesta quarta-feira (22), em um discurso sobre prioridades orçamentárias diante de estudantes da Universidade de Ottawa, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse que a nova política comercial de Washington exigia uma reformulação da estratégia econômica do Canadá. 


Os Estados Unidos aumentaram "suas tarifas a níveis nunca vistos desde a Grande Depressão", lamentou o primeiro-ministro. "A dimensão e a rapidez desses acontecimentos representam uma ruptura. Isso significa que nossa estratégia econômica precisa mudar radicalmente", acrescentou Carney, afirmando que o processo "exigirá sacrifícios e tempo". 


Mark Carney se encontrou com o presidente Trump no início de outubro, na Casa Branca, para tentar avançar na resolução do conflito, mas não obteve nenhuma concessão. Durante esse encontro, Trump descreveu Carney como um "líder de classe mundial" e declarou que o canadense "sairia muito feliz" da conversa. 


Cerca de 85% das trocas comerciais continuam isentas de tarifas, já que os Estados Unidos e o Canadá ainda aderem ao tratado de livre comércio norte-americano (Aceum). Mas as tarifas setoriais globais impostas por Trump, especialmente sobre aço, alumínio e automóveis, afetaram o Canadá, provocando perdas de empregos e pressionando as empresas.


** Com Agências **

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